RIO – O superpremiado “A cor púrpura – O musical” está de volta ao Rio de Janeiro – onde estreou em setembro de 2019, na Cidade das Artes. A nova temporada do espetáculo, que fala sobre desigualdade racial e opressão à mulher, acontece no Teatro Riachuelo Rio, no Centro, com início marcado para o dia 08 de janeiro. Esta, inclusive, é a segunda passagem da montagem pela sala da Rua do Passeio. A primeira aconteceu em fevereiro do ano passado, mas acabou interrompida pela pandemia de Covid-19.
“A cor púrpura – O musical” é uma versão brasileira para o musical homônimo da Broadway, que estreou no início dos anos 2000. Ganhador do Prêmio Tony (o mais respeitado do teatro nos Estados Unidos), o espetáculo norte-americano, por sua vez, é uma adaptação do clássico literário lançado em 1982 por Alice Walker, a primeira escritora negra a ganhar o Pulitizer. Em 1985, o livro rendeu ainda um filme, com direção de Steven Spielberg e Oprah Winfrey e Whoopi Goldberg no elenco, que recebeu 11 indicações ao Oscar.
Por aqui, o musical, que tem versão de Artur Xexéo (1951-2021) e direção de Tadeu Aguiar, reúne 17 atores/cantores – acompanhados de oito músicos – para contar uma história que se passa numa zona rural do Sul dos Estados Unidos do início do século XX, mas que soa familiar para muitos no Brasil atual.
Interpretada por Letícia Soares, a protagonista Celie é entregue pelo suposto pai a um fazendeiro local, para quem deverá trabalhar sem remuneração. Entre conflitos e laços com outros personagens, ela vê sua trajetória ser pontuada por questões sociais que avançam pelo tempo como, por exemplo, desigualdade, abuso de poder, racismo, machismo, sexismo e a violência contra a mulher.
A trama é costurada por 32 números musicais – a direção musical é de Tony Lucchesi. Para poder passar as emoções da versão da Broadway, Artur Xexéo procurou ser mais fiel aos efeitos sonoros das canções.
— Às vezes, um verso original termina com uma vogal aberta e, para aproximar a versão de uma tradução literal, você termina com uma vogal fechada. Então, o melhor é se afastar da tradução literal e se aproximar do efeito sonoro. Há, na peça, todo tipo de música negra americana: spirituals, blues, work songs, etc. Muito da ação é transmitida pela música. Então, a versão não pode tomar muitas liberdades. Tem que respeitar a intenção da letra original — explicou Xexéo, na época da estreia em 2019.
Se ao longo dos anos “A cor púrpura” faturou diversos prêmios, seja no teatro, no cinema ou na literatura, por aqui não foi diferente. Segundo a produção, em todo o país, o espetáculo recebeu 75 prêmios e 87 indicações. Só no Rio, entre as principais premiações (Aptr, Shell e Cesgranrio), foram 21 indicações e nove estatuetas – incluindo a de melhor espetáculo no Prêmio Aptr.
SERVIÇO
Local: Teatro Riachuelo | Endereço: Rua do Passeio, 38 – Centro. | Sessões: Quintas e sextas às 20h ; sábados às 16h e às 20h30; domingos às 18h | Temporada: 07/01a 20/02 | Elenco: Letícia Soares, Wladimir Pinheiro, Flávia Santana, Jorge Maia, Alan Rocha, Ester Freitas, Erika Affonso, Analu Pimenta, Suzana Santana, Cláudia Noemi, Hannah Lima, Caio Giovani, Renato Caetano, Thór Jr, Gabriel Vicente, Leandro Vieira, Nadjane Rocha | Direção: Tadeu Aguiar | Texto: Marsha Norman (versão brasileira de Artur Xexéo) | Classificação: 12 anos | Entrada: Plateia Vip R$170 (inteira); R$ 85 (meia) / plateia R$130 (inteira); R$ 65 (meia) / balcão nobre R$90 (inteira); R$ 45 (meia) / balcão superior R$50 (inteira); R$ 25 (meia) | Bilheteria: Sympla | Gênero: Musical | Duração: 180 minutos | Capacidade: 999 lugares
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