O espetáculo “Um Jardim para Tchekhov”, inspirado no universo do dramaturgo russo Anton Tchekhov (1860-1904), ainda não tem data de estreia. E enquanto este dia não chega, a produção decidiu disponibilizar no YouTube um conteúdo que mostra ao público o que ele não costuma ver antes de a peça ser levada ao palco: o processo criativo da dramaturgia. Entre quarta (21) e sábado (24), serão publicados quatro vídeos com momentos de leituras de trechos do texto, depoimentos com convidados e profissionais envolvidos, além de discussões sobre a importância da arte no nosso cotidiano – saiba mais clicando aqui.
Com texto de Pedro Brício e direção de Jefferson Miranda, o espetáculo – que tem elenco formado por Maria Padilha, Lais Vieira, Olivia Torres e Otto Jr. – acompanha a trajetória de uma atriz (Maria) que atravessa uma realidade bem diferente do passado glorioso que já viveu. Depois de protagonizar momentos inesquecíveis em palcos importantes do teatro brasileiro, ela agora precisa deixar seu casarão em Santa Teresa para morar com a filha, o genro e o neto num pequeno apartamento em Botafogo.
Ao não conseguir (ou não querer) enfrentar a nova realidade, a atriz planeja remontar “O Jardim das Cerejeiras”, de Tchekhov, numa residência tomada pela dura e corrida rotina de outras pessoas – a filha é médica e o genro, policial. No entanto, o que parece ser um delírio da artista, passa a se tornar poesia no cotidiano não só da família, mas de todo o condomínio.
A partir desta trama, o espetáculo aposta no resgate do afeto e na possibilidade de reinvenção humana, apesar de uma realidade conflituosa instalada naquele cotidiano. Assim, a dramaturgia inédita de Pedro Brício busca inspiração no escritor russo, que viveu entre os séculos XIX e XX, para mostrar que é possível conectá-lo com a sociedade atual.
— Tchekhov nos apresenta uma variedade de temas e personagens muito grande. Estudamos, nesse processo minucioso, as convergências de sua obra com o mundo de hoje. Suas peças e contos expõem uma aristocracia decadente e uma burguesia em ascensão, e nós também levaremos à cena personagens com visões de mundo distintas, que revelam embates familiares e sociais comuns no nosso cotidiano — acrescenta o autor.
