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‘Víspora’ estreia no Poeira em janeiro trazendo clássico de Tchekhov para o contexto atual da cultura no Brasil

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Tempo estimado de leitura: 2 minutos
O espetáculo aborda a atual situação da cultura no país Foto: Rafael Biondi/Divulgação

Encenada pela primeira vez na Rússia no longínquo ano de 1896, o clássico “A Gaivota”, do renomado Anton Tchekhov, ganha uma atmosfera contemporânea e brasileira no espetáculo “Víspora”, que reflete sobre a situação da cultura no país. Com direção de Paula Vilela, que ainda assina o texto em parceria com Juuar, a montagem estreia no Teatro Poeira, em Botafogo, logo após a virada do ano, no dia 03/01, apresentando uma adaptação de um dos maiores clássicos do dramaturgo russo.

— A peça é uma livre adaptação, o texto original é um ponto de partida para novas premissas e situações. Brincamos com seus signos, códigos, desmontamos seus atos, suas personagens e trazemos as perguntas pro contexto brasileiro e para toda uma nova situação em que essas personagens estão implicadas. As transformações e ameaças de apagamento pelas quais a arte e a cultura estão passando são motor pra a construção desse novo universo que retratamos em “Víspora”  — explica Paula.

Uma das mais significativas adaptações a ser notada é ambientação. Em vez de uma propriedade rural da Rússia do fim do século XIX, a trama acontece numa metrópole brasileira dos século XXI, mais precisamente num bingo. Tal escolha foi feita a fim de se levantar um questionamento sobre realidade dos espaços culturais.

— Não apenas no Rio de Janeiro, mas no Brasil todo, estamos assistindo a um desmonte generalizado da cultura e de seus espaços. Aqui na nossa cidade, por exemplo, temos situações de profunda incerteza sobre a continuidade de teatros, a perda de centros culturais importantes, além de muitos espaços sucateados, que seguem sangrando. Muitos deles, quando fechados, dão lugar a cenários tristes de abandono, com perda de vitalidade do entorno, ou são substituídos por outras atividades que geram menos impacto na diversidade e disseminação cultural do lugar — completa Paula.

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