A pandemia de Covid-19 ainda não acabou, mas o avanço da vacinação e a diminuição das taxas de internação e mortalidade nos enchem de esperança por um 2022 mais ameno. Aos poucos, estamos tomando coragem e saindo às ruas, frequentando áreas comuns e praias. E sonhamos com o Carnaval junto ao prefeito da cidade.
Nessa leva, as atividades culturais em espaços como teatros e cinemas estão sendo retomadas. Eu, até o momento, tive apenas uma experiência com teatro presencial com a peça “Capiroto” – que tem crítica nesta coluna! -, e uma com cinema para assistir “Candyman”, que também tem crítica aquil! Na ocasião, era a estreia do filme de Nia Dacosta e havia apenas eu e meu companheiro em toda a enorme sala de cinema. Algo inimaginável há dois anos.
Quando a pandemia começou em 2020, estava em cartaz “Yabás – Mulheres Negras”, dirigido pela Luiza Loroza, peça que tive o prazer de contribuir para o processo, e que, após três apresentações, foi encerrada. No mesmo fim de semana, eu havia me programado para assistir a “Eu, Amarelo”, sobre Carolina Maria de Jesus, protagonizado por Cyda Moreno e dirigido por Isaac Bernat, mas tive que adiar e assistir no formato on-line meses depois.
Então, se pensarmos especificamente nos espetáculos teatrais, lembramos que eles foram os primeiros a parar e estão sendo um dos últimos a reabrir, sendo uma das classes que mais sofreu. Com isso, há muita atenção e expectativas com esta volta tanto com relação à plateia e aos devidos protocolos sanitários, mas, principalmente, com os artistas, técnicos e produção. É importante pontuar que a classe precisou recorrer não apenas com o auxílio emergencial do governo para sobreviver, mas também à solidariedade do meio e às ações sociais, além do auxílio da APTR, entre vários outros suportes possibilitados.
Fica, ainda, a preocupação sobre como será o renascimento do setor cultural. Alguns editais da área estão abertos e outros prestes a abrir, trazendo fôlego pro setor. Entretanto, os problemas anteriores à pandemia permanecem: teatros mal estruturados, má remuneração, perseguição aos artistas de rua, precarização das políticas públicas entre muitas outras questões. Sejamos, portanto, lúcidos neste retorno. É claro que diante da imprevisibilidade da Vida (e do vírus), tudo pode mudar. Porém acredito que o momento pede adaptação, vacina, máscaras e esperança.
Dúvidas, críticas ou sugestões, envie para aza.njeri@rioencena.com.
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