Com a pandemia registrando números cada vez mais preocupantes de infectados, óbitos e ocupações de leitos de UTI, os teatros do Rio de Janeiro seguem fechados devido a um decreto da prefeitura. Mas não é por isso que você vai deixar de assistir a uma peça de teatro no Dia Mundial do Teatro, que é comemorado neste sábado, dia 27 de março. Já que o mais indicado atualmente é ficar em casa, e se a ideia é não deixar esta data passar em branco, o RIO ENCENA dá aquela ajuda, listando abaixo 15 espetáculos que serão exibidos – muitos gratuitamente – em diferentes plataformas na Internet ao longo do dia. Então, vamos a eles (lembrando que para saber mais sobre cada um, é só clicar no título):
Protagonizado e dirigido pela renomada Ana Kfouri, “Uma frase para minha mãe” esboça um retrato — fidedigno ou fictício — de uma figura materna a partir de uma elaborada performance corporal da artista. Outro solo protagonizado por uma atriz é “Te falo com amor e ira”, que traz Branca Messina como uma mulher que confronta seu interlocutor dando novos entendimentos para o histórico da relação homem x mulher.
Ainda na série de monólogos com mulheres, a atriz e dramaturga Marcélli Oliveira volta com “Se não agora, quando?”, que aborda o tema suicídio a partir da história de uma mulher solitária. Já “Mãe de Ninguém”, com Joana Lerner (que também assina direção), fala de uma certa compreensão por parte da sociedade de que toda mulher deve se tornar mãe.
Também solo, mas com um ator como protagonista, “Diário de um Louco” traz Rainer Cadete como um homem atormentado e apaixonado pela filha do chefe, que chega ao ponto de perseguir o animal de estimação da moça a fim de descobrir “quem ela é e o que pensa”. No drama do russo Nikolai Gogol, o personagem se perde entre o real e o fantástico, o normal e o patológico, o razoável e o delírio.
Outro drama é “Em busca de Judith”, que apresenta uma história familiar verídica vivida pela atriz Jessica Barbosa – que atua e assina o texto ao lado de Pedro Sá Moraes. Numa crítica à estrutura manicomial e ao conceito de loucura, a peça conta a história da menina que cresceu acreditando que a avó paterna falecera há tempos, quando, na verdade, tinha sido internada, compulsoriamente, num hospital psiquiátrico, onde permaneceu até morrer.
Já em “O Jogo”, Geovana Metzger e Milah Coutinho abordam temas como desigualdade, opressão feminina e relações abusivas ao interpretarem duas mulheres que participam de um jogo de submissão e poder junto de um homem misterioso.
Também abordando temas pertinentes à sociedade contemporânea, “Revolução na América do Sul” mostra um operário chamado José da Silva, um representante do povo, na busca por uma solução para a fome que o devora. E em meio a esta jornada, ele se depara com as contradições de um Brasil injusto. Já “Cuidado com as velhinhas carentes e solitárias”, apesar do nome jocoso, reúne quatro textos do dramaturgo romeno Matei Visniec para também tocar em assuntos delicados, entre eles, a solidão.
Na nossa lista, claro, também há espaço para comédias – que bem poderiam ter uma carga dramática, mas optaram seguir pelo humor. “Procópio” mostra dois sujeitos sem nenhum conteúdo se confrontando em meio a um decreto que proíbe qualquer manifestação cultural na cidade. Já “Macbeth 2020” é uma adaptação da tragédia de William Shakespeare em forma de documentário tendencioso e sensacionalista. “Como não precisamos de mais tragédia, achamos uma via cômica onde interpreto sete figuras típicas do ambiente teatral”, complementa o protagonista Luís Lobianco.
No campo das homenagens, o solo “Ana C.”, que tem atuação, direção e texto de Laura Nielsen, traz para o ano de 2021 a obra de Ana Cristina Cesar (1952-1983), uma grande poeta brasileira que costumava mergulhar em questões existenciais e reflexões sobre o próprio ato de escrever. Enquanto isso, “Quando a genta ama” promove uma verdadeira roda de samba em forma de tributo ao cantor e compositor Arlindo Cruz. Na trilha sonora, clássicos como Casal Sem Vergonha, O Show tem que Continuar e O Que é o Amor, entre outros.
Mas e opções para a criançada? Temos! “Ana Fumaça Maria Memória” utiliza desenhos animados para tratar da relação de afeto entre netos e avós. Já “Vamos comprar um poeta” propõe a crianças e adultos uma divertida reflexão sobre a nossa capacidade de invenção, o significado de produtividade e a importância da amizade ao contar a história de um poeta que chega à casa de uma família e muda a rotina de todos.
Passada a lista, agora é escolher um espetáculo, ligar o celular, notebook ou tablet e curtir!!!
