Há nove anos, Chico Diaz estreava, no Rio de Janeiro, o seu primeiro solo, chamado “A Lua vem da Ásia”. Desde então, o ator tem circulado por diversos palcos – com alguns intervalos, claro – com o espetáculo que tem a loucura como tema central. Uma destas retomadas ocorreu no último dia 13, quando ele voltou a encenar o texto, mas, desta vez, numa circunstância diferente. A sessão aconteceu em sua casa e foi transmitida ao vivo no YouTube pelo projeto #EmCasaComSesc, iniciativa da filial da entidade em São Paulo com o objetivo e levar cultura e arte ao público através da Internet em tempos de pandemia. Quem não conferir na ocasião ao vivo, pode assistir clicando aqui.
“A Lua vem da Ásia” é, originalmente, o romance do escritor mineiro Campos de Carvalho (1916-1998) que marca o nascimento da sua narrativa surrealista. A partir desta obra, o próprio Diaz fez a adaptação para o teatro, na qual narra e vive a trajetória de um homem que se confunde entre alucinações e recordações de suas passagens por diferentes terras.
Com direção de Moacir Chaves e supervisão dramatúrgica de Aderbal Freire-Filho, o espetáculo mostra o personagem num ambiente que não chega a ficar claro para o espectador – dada a confusão mental do homem. Seria um hotel de luxo, um campo de concentração ou talvez um manicômio? O fato é que a capacidade de ser e pensar livremente do sujeito está por um fio.
E assim ele segue como o narrador de um mundo governado pelo que chama de “a lei do absurdo”. Cenário este que, diga-se, se parece e muito com a aparente normalidade cotidiana.