RIO – Depois de um ano e meio de pandemia, o Sesi (Serviço Social da Indústria) reabre para o público, na segunda quinzena deste mês, os dois teatros que mantém na cidade do Rio de Janeiro. Nos dois próximos fins de semana, as unidades do Teatro Firjan Sesi de Jacarepaguá e do Centro recebem o espetáculo “Era Medeia”, que usa a metalinguagem para abordar temas como machismo, abuso de poder e superexposição da vida privada – confira o serviço completo no fim da página.
Um dos teatros mais povoados – tanto por artistas, como por espectadores – do Rio até março de 2020, o Firjan Sesi Centro é mais uma sala que retoma as atividades paralisadas pela Covid-19 – adotanto, claro, todos os protocolos de segurança, como uso obrigatório de máscara, disponibilização de álcool em gel, medição de temperatura e capacidade da plateia reduzida.
Em meio à reabertura gradual do setor teatral na capital fluminense, o RIO ENCENA faz um balanço e lista os palcos que já voltaram a receber temporadas presenciais. Dentro do critério adotado, foram contabilizados apenas teatros – e não lonas e arenas, por exemplo – e somente aqueles que contavam com uma programação contínua antes da pandemia.
Entre os 19 teatros que já reabriram, a maioria é da rede privada. Por exemplo, Petra Gold (o primeiro a receber público novamente), Prudential e três dos quatro do Shopping da Gávea: Clara Nunes, das Artes e Vannucci. Já entre os públicos, são poucos os que já voltaram com espetáculos presenciais.
Na rede municipal, já voltaram a Cidade das Artes, que tem uma administração própria; e o Espaço Sérgio Porto, que passou por uma reforma recentemente. Este, inclusive, é o argumento da Secretaria Municipal de Cultura, que alega que a antiga gestão, de Marcelo Crivella, entregou os equipamentos culturais em péssimo de estado de conservação.
Já entre os estaduais, já voltaram o Imperator, o Glaucio Gill, o João Caetano e o Laura Alvim. Mas e aqueles que ainda não reabriram? A quantidade é praticamente a mesma daqueles que já voltaram.
Ao todo, são 20. Ainda na esfera pública, os municipais Ziembinski, Carlos Gomes, Café Pequeno, Maria Clara Machado, Ipanema, Armando Gonzaga e Arthur Azevedo. Quanto aos estaduais, todos os que vinham tendo programação regular já estão em funcionamento.
Entre os privados, o Poeira e o XP Investimentos, por exemplo, ainda mantêm a mesma mensagem de recesso por causa da pandemia desde março do ano passado. Ou seja, não há qualquer anúncio quanto à retomada da programação. O único que já fez tal comunicado é o Multiplan, que reabre em outubro.
Um fator especial que contribui para a quantidade de teatros ainda fechados chegar a duas dezenas é a rede Sesc (Serviço Social do Comércio), que possui três teatros bastante movimentados na capital – Tijuca, Copacabana e Ginástico, no Centro – mas que ainda não acenou com uma retomada. A propósito, o prédio onde fica a unidade do Centro tem previsão de passar por uma obra de ampliação, que seria concluída no segundo semestre de 2023.
O espetáculo
Responsável pelo texto e pela direção, Eduardo Hoffmann interpreta um diretor que está comandando um ensaio aberto da tragédia grega “Medeia” junto de uma atriz, personagem de Isabelle Nassar. Com o passar do tempo, porém, os dois vão entrando em rota de colisão, e enquanto ele se mostra machista, repressor e abusivo, ela se inspira pela peça que ensaiam e rompe com padrões sociais pré-estabelecidos.
— A escolha de “Medeia” como o texto que os personagens ensaiam tem um propósito: é um ícone da representação de uma mulher que rompe com os padrões sociais estabelecidos. Apesar de tomar atitudes cruéis, ela é uma personagem que não fica à mercê das decisões e escolhas dos homens à sua volta — acrescenta Eduardo Hoffmann.
SERVIÇO “ERA MEDEIA”
Local: Teatro Firjan SESI Jacarepaguá / Teatro Firjan SESI Centro | Endereço: Av. Geremário Dantas, 940, Freguesia, Jacarepaguá. / Av. Graça Aranha, 1, Centro. | Telefone: (21) 3312-3787 e (21) 3312-3750 / (21) 2563-4168 | Sessões: Sábado (18) às 20h / Sexta (24) às 19h, e Sábado (25) às 17h | Temporada: 18/09 a 25/09 | Elenco: Isabelle Nassar e Eduardo Hoffmann | Direção: Eduardo Hoffmann | Texto: Eduardo Hoffmann | Classificação: 14 anos | Entrada: R$ 20 (inteira); R$ 10 (meia) | Bilheteria: Não informada | Gênero: drama | Duração: 60 minutos | Capacidade: 61 lugares
Teatros já reabertos
- Teatro Firjan Sesi Centro (Centro)
- Espaço Municipal Sérgio Porto (Humaitá)
- Cidade das Artes (Barra)
- Teatro Petra Gold (Leblon)
- Teatro das Artes (Gávea)
- Teatro Vannucci (Gávea)
- Teatro Clara Nunes (Gávea)
- Teatro Prudential (Glória)
- Teatro Candido Mendes (Ipanema)
- Solar de Botafogo (Botafogo)
- Teatro João Caetano (Centro)
- Teatro Miguel Falabella (Cachambi)
- Teatro Claro Rio (Copacabana)
- Casa de Cultura Laura Alvim (Ipanema)
- Teatro Glaucio Gill (Copacabana)
- Teatro dos Grandes Atores (Barra)
- Centro Cultural Banco do Brasil (Centro)
- Imperator (Méier)
- Teatro Casa Grande (Leblon)
Teatros ainda fechados
- Oi Futuro (Flamengo)
- Teatro XP Investimentos (Gávea)
- Teatro Poeira (Botafogo)
- Theatro Bangu Shopping (Bangu)
- Teatro Multiplan (Barra/reabre em outubro)
- Caixa Cultural (Centro)
- Midrash Centro Cultural (Leblon)
- Teatro Fashion Mall (São Conrado)
- Sesc Ginástico (Centro)
- Sesc Copacabana (Copacabana)
- Sesc Tijuca (Tijuca)
- Centro Cultural Justiça Federal (Centro)
- Teatro dos Quatro (Gávea)
- Teatro Arthur Azevedo (Campo Grande)
- Teatro Carlos Gomes (Centro)
- Teatro Café Pequeno (Leblon)
- Teatro Maria Clara Machado (Gávea)
- Teatro Ipanema (Ipanema)
- Teatro Armando Gonzaga (Marechal Hermes)
- Teatro Ziembinski (Tijuca)
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