Como entramos em um novo ano, resolvi fazer as pazes com Açúcar e Cafeína de vez. Colocar nossas diferenças de lado, deixar para para trás todo suador e agitação que não nos fizeram tão bem assim no último ano e, simplesmente, focar nas boas sensações que tivemos juntas. Acho que juntas vamos seguir melhor, se não, no mínimo, sei que vamos seguir mais rápido.
Devido a grandes traumas do ano que passou, resolvi não fazer muitos planos para 2021. Fiquei naquela situação em que gato escaldado tem medo de água fria, sabe? Claro que tenho coisas em mente para fazer, mas não quero criar
tanta expectativa de colocar novos tópicos na minha lista. Com minha ansiedade de estimação ao meu lado, sei que certas situações saem meio atrapalhadas. Reza a lenda que o importante é não parar, e, sim, continuar. Sei que não tenho muitas opções, senão continuar, mesmo que seja devagar ou mesmo que seja aos trancos e barrancos.
Assim como muita gente que ainda habita o globo terrestre (coloco globo para lembrarmos que a Terra é um globo, e não plana, afinal esta foi uma das questões muito discutidas em 2020), penso no que vou fazer quando a vacina sair aqui no Brasil. E de cara, a única coisa que consigo pensar em fazer quando a vacina sair no Brasil, é tomar a vacina.
Claro, claro, tem muita gente que é contra. Eu não posso fazer nada com isso. Tem muita gente que acredita em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa ou até que não aconteceu ditadura militar no Brasil. Infelizmente, na lista das coisas que acredito, ainda estão racismo no Brasil e, claro, com muita convicção, acredito também na ciência.
E por acreditar em ciência, em estudo, por colocar minha fé em assuntos como química, física e biologia, por mais que pareça louco, não costumo negar história, fico com a ideia na cabeça de que quando sair a vacina no Brasil, eu vou sim, tomar a vacina.
Cresci tomando vacina. Na minha infância, Zé Gotinha era um grande amigo, um herói nacional. Tenho um certo pavor de agulha, mas tomo vacina. Fico gelada para fazer um exame de sangue, mas tomo vacina. Já tive reação alérgica a remédio que era acostumada a tomar, mas isso não vai me fazer não tomar vacina.
Agora, depois que a vacina sair no Brasil, e eu tomar vacina, aí sim, eu vou pensar em planos para os próximos meses. Vou pensar em ir assistir a peças de teatro que não sejam online, vou pensar em ir a cinema, a shows… Se duvidar, penso até em ir a uma festa de família e abraçar a todos. Sem grandes loucuras, claro! Afinal, hoje em dia, eu sou uma pessoa de certa idade, não posso me dar o luxo de grandes loucuras mais.
No momento, eu não consigo pensar em muita coisa, senão, na vacina. De um lado para outro eu vejo pessoas dizerem que não querem tomar vacina aqui no Brasil, cada um com seu direito. Do jeito que eu vejo, muita gente não vai tomar vacina alguma por opção. E eu terei minha opção de me aproximar ou não destas pessoas quando for vacinada. Acontece!
Só que no momento, não estamos com vacina no Brasil ainda, então não me adianta muito discutir nem fazer planos mirabolantes. Só me adianta escutar. Porque uma coisa eu sei que é certa: quando chegar a vacina no Brasil, o que eu
vou fazer, vai ser tomar a vacina.
Um aceno de mão efusivo e até a próxima semana.
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