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‘Gaivota’ é uma releitura online enxuta de clásico de Tchekhov

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35 anos, bacharel em Artes Cênicas pela UNIRIO, licenciada em Letras pela Estácio de Sá, atriz, escritora, tradutora e ávida leitora nas horas vagas.
Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Com a vacinação chegando para as crianças de 12 anos e a terceira dose sendo liberada, ainda vemos pessoas que lutam em não se vacinar e até a irem contra a vacinação no país. É uma lástima que pessoas assim ainda se proliferem. Muitos e muitos lugares estão reabrindo com mais vigor, e a exigência de vacinação está se tornando algo mais comum. Acho isso excelente. E acho, inclusive, muito válido e defendo o direito de escolha. Mas se você não quer se vacinar, não frequente lugares públicos. Por favor, permaneça em casa. Sim, você tem o direito de boicotar todos os lugares que exigem cartão de vacinação em dia.

Mas mesmo com espetáculos em cartaz presencialmente voltando a acontecer, ainda temos um bom número de produções sendo realizadas online. Gosto disso também. Aos sete meses e meio de gravidez, conforta-me continuar a assistir a peças em casa, até porque eu preciso ir ao banheiro constantemente.

Por falar em online, assisti a “Gaivotas”, que acaba sendo uma peça baseada em outra peça que foi inspirada em uma outra. É a adaptação de Fernando Philbert para o texto “Nina ou Da Fragilidade das Gaivotas Empalhadas”, de Matéi Visniec, que teve como ponto de partida o clássico “A Gaivota”, de Anton Tchekhov.

Pode parecer um pouco confuso mas não é. “Gaivotas”, definitivamente, é uma peça sobre Nina. Ela que procurar o drama em sua vida, e quando não há, Nina cria o drama. Continuamos na Rússia fria de Tchekhov, a casa é a mesma. E Natalia Lana compõe a cenografia com geleiras. Escutamos constantemente um zumbido de vento. Eu estava bem situada no ambiente gélido que as personagens se encontram. Marcelo Alonso Neves cria música original para esse trabalho. Uma ambientação completa.

Nina, Boris e Konstantin se vêem debaixo do mesmo teto 15 anos depois de seu ultimo encontro. Nina partiu o coração de Konstantin ao desaparecer com Boris, o amante de sua mãe. Agora, Boris escreveu uma nova peça sobre uma atriz fracassada, o que fez com que Nina desaparecesse de casa e fosse em busca de Konstantin. Nina se sente a atriz fracassada. Konstantin ainda mora na mesma casa de sempre. Boris continua com suas anotações a todo momento. Os três lidam com as decisões que tomaram ao longo de suas vidas.

Em cena vemos Bibiana Rozembaum como Nina; Paulo Giardini, como Boris; e Sávio Moll, como Konstantin, que aliás, merece um destaque até. Há um belo momento no trabalho de Moll quando Konstantin se percebe sozinho. Sávio Moll está cativante como esse solitário. Eu compadeci da solidão de Konstantin ali.

Paulo Giardini (E) e Sávio Moll contracenam em “Gaivotas” Foto: Reprodução/YouTube

Além de ser responsável pela adaptação do texto, Fernando Philbert expande seu talento para a direção da peça também. Philbert deixa evidente a sua admiração e seu respeito pela obra de Tchekhov pelos ecos no texto, uma repetição de frases e palavras, que eleva a ênfase do texto.

“Gaivotas” está em cartaz até dia 10 de outubro, sextas, sábados e domingos às 20h. Você consegue assistir essa peça de 50 minutos gratuitamente pelo canal do Arte em Cena do SESC RJ no YouTube.

Um aceno de mão efusivo e até a próxima semana.
Dúvidas, críticas ou sugestões, envie para luciana.kezen@rioencena.com.


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