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“Que Absurdo!” não fomos feitos para estar tão isolados

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35 anos, bacharel em Artes Cênicas pela UNIRIO, licenciada em Letras pela Estácio de Sá, atriz, escritora, tradutora e ávida leitora nas horas vagas.
Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Durante este ano, uma das coisas que mais tenho feito é procurar peças online para assistir. Sim, faz tempo que procuro peças online para assistir, sendo que o fato de procurá-las para assistir pela Internet é algo que ainda considero novo.

Gosto de assistir e gosto mais ainda de assistir uma variedades. Sejam monólogos, musicais, comédias, tragédias, infantis… Gosto de teatro! Eu já trabalhei com gente que preferia que você passasse o final de semana em casa sem fazer nada do que fosse assistir o outro grupo que estava em cartaz. Não acho esse tipo de atitude válida. Acho que tem espaço para todos. E quanto mais peças existem, mais pessoas irão ao teatro.

Estou sentindo falta de escrever em público, isto é um fato. Logo eu, que sempre gostei de levar meu laptop ou um bloco de notas para escrever em cafés ou restaurantes. Não sinto falta de pessoas, assim por dizer, mas sinto falta de
experiências coletivas. E esta semana não foi diferente.

Estava eu surfando na Internet, à procura de algo para assistir, quando me deparei com um título extremamente interessante. Não consegui deixar de assistir ao monólogo “Que Absurdo!”. Acho que foi o ponto de exclamação que me conquistou.

Este monólogo escrito e dirigido pelo jornalista e professor de teatro Cicero Lira e interpretado por Thadeu Peronne, é mais uma peça que foi desenvolvida durante a pandemia. “Que Absurdo!” conta a história de um artista que está
isolado e recebe uma visita inesperada. Durante este encontro, ele faz revelações sobre seu passado e reavalia sua carreira que está em crise. Perturbado por um pesadelo recorrente que o coloca sempre diante do caos, o personagem busca refúgio na arte para tentar se libertar e dar sentido à sua vida.

Thadeu Peronne é o protagonista do solo Foto: Divulgação

Logo de cara, uma frase me chamou atenção: “Estou relendo alguns poetas para ver se a poesia deixa os meus dias mais fáceis de suportar”. Entendo, sei como. Me identifiquei ali. Sabia que ele estava embarcado no desespero de alguém.

No entanto, tenho que frisar a questão de que não entendi muito bem as imagens de fundo de cena, as achei um tanto quanto cafonas e meio sem propósito. Com um figurino mais  simples (camisa e calça preta), uma iluminação inexistente e uma sonoplastia que diz por qual motivo está presente apenas no final do curto monólogo, Thadeu Peronne revela a beleza do texto aos poucos.

Vemos um ator em pleno domínio da sua técnica. Excelente impostação e intensidade. Talvez com outro ator, eu não teria notado toda a intensidade do texto. Quase um devaneio. É mais do que interessante, é um recorte psicótico de como uma mente trabalha/fica em uma pandemia.

Vale a pena escutar essas palavras, quase um apelo. Ao final do monólogo, uma música começa, com uma letra que me surpreendeu, um refrão que repetia: “Será que depois desta quarentena, o ser humano tá curado? Será que ninguém viu que a pandemia trouxe um belo de um recado?”.

“Que Absurdo!” fica em cartaz no YouTube (aqui), até o final do mês. Uma vez com seu ingresso adquirido, você pode assistir na hora em que desejar e quantas vezes quiser. Uma excelente proposta!

Um aceno de mão efusivo e até a próxima semana.
Dúvidas, críticas ou sugestões, envie para luciana.kezen@rioencena.com.

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